domingo, 18 de janeiro de 2009

Saturação


Existe uma estranha sensação no ar. Algo no sistema político português chegou mesmo ao fim. Não é preciso ser protagonista ou interventor activo nesse sistema para se ter essa sensação. Ouvem-se os discursos, lêem-se as notícias, escutam-se as entrevistas e há uma intuição de que algo se esgotou. Uma intuição de que, desta vez, as coisas têm mesmo de mudar.
Não só a mudança de que se fala nas campanhas políticas. As pessoas já não querem ouvir falar nem dessa mudança, tantas vezes apregoada, nem do outro valor, a estabilidade, também tantas vezes proclamada. As pessoas já não sabem bem para o que serve nem a estabilidade nem a mudança. As pessoas já não sabem bem que partido fala mais verdade; que partido é mais coerente; que partido é mais responsável.
Sente-se que as pessoas querem um projecto de esperança mas não têm esperança em ninguém. De algum modo, foi por isso que Barack Obama apareceu e ganhou. Mas com o passar do tempo, com o continuar da crise, e com os discursos ainda incipientes do Presidente eleito dos Estados Unidos, as pessoas vão percebendo que não é por se falar muito bem ou ter um sorriso simpático que se merece ser sujeito dessa esperança.

Em Portugal estamos num ano com várias eleições. Mas ninguém tem paciência para campanhas – nem sequer, por vezes, quem tem de as fazer.
Custa-me compreender que muitos políticos não entendam que as pessoas já não os ouvem, principalmente quando se agridem uns aos outros. Todos sabemos que estamos a atravessar um dos momentos mais delicados, desde há décadas, na história do mundo. Pela Europa fora, da Letónia à Bulgária ou à Grécia, ocorrem revoltas. Tudo vai ser muito intenso, por vezes dramático.
Obviamente que são precisos líderes. Mas é fundamental ter a consciência de que se trata sobretudo de tarefas colectivas. Que se repartem pelas empresas, pelos partidos, pelas famílias, pelas cidades. Todas constituem a nossa tarefa enquanto comunidade.
É preciso trabalhar com o pensamento para procurar as soluções adequadas a este tempo. E temos de estar atentos para descobrir quem tem as melhores soluções.

Os agentes políticos devem ser os primeiros a compreender o que se passa. Mas todos os cidadãos devem consciencializar-se de que, neste momento, não importa dizer mal seja de quem for. Mesmo para substituir aqueles que se tenham esgotado. Falo para todos – e ninguém pense que escrevo sobre alguém em particular. Escrevo longe de questões partidárias ou outras menores. Podem até ficar os mesmos no poder. Mas as regras e as práticas vão mesmo ter que mudar.

4 comentários:

  1. empresta o teu "know how" a este, grande, senhor da política portuguesa, para que possa,de facto, ser o futuro presidente da câmara de lisboa, e não te preocupes mais com a meda. Estes pseudo- políticos medenses não te merecem a trabalhar ao lado deles , são uma cambada de invejosos.

    Avisei- te

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  2. como amigo digo-te não andes a deitar "pérolas a porcos" terra pequena não faz homem grande por isso trata da vida.....

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  3. como sua amiga que sou também sempre lhe disse que estes mesquinhos invejosos não mereciam a sua ajuda ...ainda bem que soube "libertar-se"...acredito que o seu amigo DR SANTANA LOPES vai ganhar a cãmara de LISBOA e muita coisa estará para acontecer...vá em frente...valores o fernando sabe que tem por isso incomodar muita gente....

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  4. se não gostasse tanto deste sportinguista, como medense, mudava já o voto para a minha freguesia(outeiro de gatos) para votar na lista onde não estiver o mourato.

    Abraço

    Medense

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